Escrito por: Sindy Schmooz em 2015-12-09 00:00:00
Crônica Vampiros: O Pacote.
"Alguém, salve me
Deixe sua mão sob minha fratura
Alguém, salve me
Eu não me preocupo como você faz isto
Fique mais um pouco
Eu tenho esperado por você
Todos os meus sonhos estão no solo
Rastejando ao redor, ao redor"
Save Me - Remy Zero
https://www.youtube.com/watch?v=3O-wSBO4FDE
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Naquela noite, eu fiquei no hotel arrumando minha bagagem para mudança. Havia contactado um corretor, que estava procurando para mim um apartamento na cidade.
Qualquer mulher normal se preocuparia em arrumar suas roupas, sapatos e bolsas antes de tudo. Mas eu não sou uma mulher normal.
As vezes eu me pergunto de fato o que sou. Não sou exatamente um monstro como muitos cainitas que conheci, mas definitivamente não sou mais a mesma. A fome, ela me atormenta. E aquela "coisa" dentro de mim... Eu tenho que estar sempre lutando contra ela a fim de tentar me segurar a qualquer resquício do que um dia fui pra tentar, ao máximo, ser a mesma. Enfim... Eu não sou alguém normal. Eu estava mais preocupada com meus livros, alguns reagentes".
Meu Iphone tocou indicando um email. Nele estava escrito:
-"Espero que esteja gostando da sua nova morada. Hoje devem estar chegando presentes enviados a você. Verifique no porto mais tarde. São coisas úteis.
(a): Thomas"
Verifiquei o relógio. Ainda faltavam aproximadamente 3 horas para amanhecer o dia. Eu precisava ir logo. O que Thomas havia me enviado de tão importante? Peguei meu sobretudo e fui.
As ruas de Silent Shadows parecem sempre vazias. E eu ainda estou meio por fora do que anda acontecendo na cidade. Aquele meu conhecido, policial (Andrews), talvez eu devesse aceitar o convite dele para sair. Ele certamente poderia me atualizar.
Cheguei ao porto rapidamente. O atendente estava dormindo, como era de se esperar. Mas eu fui generosa por ter acordado para me atender. Peguei o pacote um tanto curiosa, ansiosa por chegar logo no hotel e saber exatamente o que Thomas tinha para mim. Provavelmente novas instruções... E eu conheci uma pessoa nova para voltar para o Hotel
Ela parecia estar chegando. Uma garota corajosa, penso, por andar nas ruas aquele horário. Pandora! Foi assim que ela se identificou. Um nome intrigante posto em uma garota um tanto misteriosa, a medida certa.
Eu a indiquei hospedar-se no mesmo hotel que eu. E sim, assumo. Eu estava cheia das más intenções! Mas eu não planejava machucá-la... Eu só precisava de um pouco de sangue humano. Ela, por ser nova na cidade, não levantaria muitos questionamentos por parte dos moradores locais.
Foi uma caminhada agradável até o hotel e, assim que entramos, tratei de me apresentar -. Eu as vezes sou meio ruim com essa parte de relacionamentos sociais -, eu tinha me esquecido. E, ao apertar sua mão, eu notei seu olhar de espanto em tocar minha mão. Eu havia esquecido de aquecê-las, mas isso não é um problema. Muitas pessoas são friorentas como eu supostamente seria. Naquele momento, o que eu quis realmente foi tentar sentir o calor humano em suas mãos. A pulsação do moça... A vida correndo em suas veias. E parece que exagerei na dose.
Eu ainda não tinha total domínio sobre estes sentidos. Meu senhor havia me ensinado muitas coisas. O básico para sobreviver. Mas muitas coisas ainda precisavam de treino. E estes sentidos, eram uma dessas coisas.
Eu ouví demais! As luzes me atrapalhavam enxergar.... Eu ouvia o encanamento do hotel, a respiração da atendente e aqueles nojentos insetos... Sua patinhas se rastejando de maneira asqueirosa....
AHHHHHHHHHHHH!
Foi demais para mim.
Eu precisei sair correndo. Pegar a caixa no chão que eu havia derrubado. Droga! Deve ter quebrado alguma coisa!
Não havia tempo para explicar meu surto para Pandora. Quem sabe na noite seguinte?
O sol, meu maior inimigo estava renascendo como em todas as manhãs. Eu precisava ir.
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Cronista:
Sindy Schmooz
Participantes:
PandoraEris
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