Escrito por: Amora Lavendel em 2015-12-31 00:00:00
CRÔNICA DE CHEGADA DOS ELFOS A DEATH VALLEY
CRÔNICA DOS ELFOS DE DEATH VALLEY
Leia ouvindo: https://www.youtube.com/watch?v=zTv_JiYACIc
A imagem do Senhor das Profundezas flutuava suavemente sobre o mar de tons ora profundos ora suaves de verde e azul... A carranca que representava um dos Deuses elfos ornava a ponta do navio . O Deus dos mares, do bem, do caos, das profundezas.
Tudo era silêncio naquele final de tarde,enquanto a Elfa Druida observava o horizonte, os cabelos loiros quase brancos oscilando com suavidade ao sabor da brisa.Estavam navegando há muito tempo, e a tripulação e seus passageiros estavam ficando impacientes. O Vale parecia muito distante, e por vezes a Elfa pensava que nem existia, já ficando um pouco desorientada pelo tempo mar e já querendo se entregar ao transe noturno.
Olhava para cima, e não viu sinal dos Thoronedil, os Elfos dos Céus que haviam saído em missão de reconhecimento, quando sentiu um baque surdo na proa do barco, que quase a derrubou.
Correu para o porão, onde as feras dos Kelvaroquen , os Cavaleiros de Feras ,descansavam. Isso era forma de falar. Todas estavam impacientes , querendo correr, caçar e se exercitar. Foi passando a mão em cada uma delas, alisando suas fontes e cantando baixinho, acalmando-as. Depois, abriu as portas para eles andarem pelo convés.
Subia as escadas quando lá em cima avistou o semblante sorridente de Basen, seu comandante, um dos poucos elfos aquáticos que havia conhecido em seus mais de 200 anos de vida. Ele era belo, alto , a pele prateada, e os cabelos azulados . Gesticulava com energia, e em suas mãos podia-se perceber as membranas transparentes que ajudavam a nadar. Estava todo molhado, e tinha novidades: - Estamos próximos de nosso destino! Os Elfos aquáticos já chegaram, e começaram a erguer a Cidade dos Recifes ,não muito distante do porto de Death Valley.
Nesse momento, alguns dos Thoronedil pousaram no convés, suas asas resplandecendo ao sol, informando que os outros já estavam vasculhando as montanhas que cercavamo Vale para construir sua Fortaleza e haviam feito contato com alguns elfos cinzentos, aquaticos e elfos selvagens que viviam no vale.
Alguns Khilasa, elfos andarilhos, estavam encostados na balaustrada do navio, e se agitaram, apontando o horizonte.
Ao longe, via-se a silueta do porto .Não demorou muito para que penetrassem numa bruma suave e dourada que abraçava o mar , como braços hipnóticos.
- Devemos preparar a atracagem senhora? – perguntou Basen, os olhos fixos adiante percebendo que quanto mais se aproximavam, mais escura a bruma se tornava. A suave luz dourada se infiltrava , formando um conjunto estranho e ao mesmo tempo, muito bonito.
- Ná, disse Druida. "Sim, caro Basen, pode providenciar. Mande um pombo correio informar aos elfos do continente para que informem os elfos da nossa terra natal,os Altos Elfos, os Elfos Cinzentos , os Selvagens que chegamos ." Então ela baixou o tom, não divisando no convés o Drow que passara quase toda a viagem escondido, não sendo visto por quase ninguém: E até mesmo aos Drow. Foi o acordo...Eles serão necessários nesta jornada".
Antes, a Elfa Druida começou a gesticular e a proferir palavras de ordem no antigo idioma, mas com leveza , e todas as feras voltaram ao porão. Dando um tapa no traseiro da ultima que passou, que era a sua, seguiu adiante.
Enquanto caminhava, passou pelo alojamento dos Daoine (Elfos das Brumas) , que a esta hora mantinham-se em profunda meditação, e falou baixinho à porta. Quando ouviu a movimentação, retirou-se e abriu a porta seguinte. O aposento estava vazio. A Elfa sorriu. Elfos da Floresta não perdiam mesmo tempo.
Voltou ao convés.
O Vale era mesmo lindo. Aquela distância , os lugares secos e mortos não apareciam, só a beleza fulgurava. O local da Fortaleza élfica já estava negociado com o Conselho. Era onde estava uma Malinornë, uma árvore élfica sagrada, dentro da cidade, mas um pouco afastada da movimentação, quase grudada na borda da floresta que cobria as montanhas, e à beira de um rio cristalino, que desembocava no mar. A Fortaleza era banhada pelo sol, que cortava a bruma e banhava as praias , o porto e os altos picos das montanhas. Perfeito.
A elfa respirou fundo, tentando relaxar e sentindo o cheiro da brisa , misturado ao aroma dos jasmins, que só se abriam à noite. Olhou para o céu, pedindo forças ao Patriarca.
Logo todos os Elfos dançariam a canção das lâminas...todos seriam necessários para sobreviverem no Vale da Morte!
* O Patriarca - maior divindade dos elfos.
Por Amora Lavendel – Elfa das Florestas – Druida Kelvaroquen, em dezembro de 2015.
Adaptada da crônica dos elfos, de uma ilha já desaparecida, escrita pela mesma autora.
Comentários (0)