Escrito por: Nailee Catteneo em 2016-01-25 00:00:00
Crônica Vampiros/Chegada: Que p***a de lugar e esse?
PRÓLOGO
Alyena pensa que não bastava pegar aquela porra de ônibus fodido em "direção ao seu sonho". Tinha mais, era uma estrada poeirenta que dava para um cais caquético. E um marinheiro bêbado disse que o "navio" estava chegando. Um olhar para o horizonte e um para o bêbado, ela optou por tomar o sangue dele com alto grau de álcool * WOW*.
Levemente "alta" esconde-se do nascer do Sol dentro do trailer do marinheiro, enfiando-se debaixo do colchão. Oh! E sonhos... O álcool no sangue do *fdp* era forte. Sonhos psicodélicos de uma cidade, fluido vermelho jorrando de fontes, vampiros bebendo dele, luzes, flashes, dor e um grito. Seu?
Assim que a luz sumiu, ela estava no cais. E cadê a merda do "navio" que o velho marinheiro tinha dito? Uma olhada mais à esquerda e lá estava o navio. Foi até fácil esgueirar-se dentre os contêineres. Uma fechadura quebrada e "voilá", mais um refúgio. A ancoragem noturna favoreceu sua saída. E aí estava, no destino dos seus sonhos. E agora?
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Em Silent Shadows a noite já caíra, os dramas pessoais continuavam, independentemente das revoluções solares e terrestres, pessoas morriam, nasciam e viviam. E Sindy caminhava em direção ao hospital para mais uma noite de rotina. Novamente havia passado boa parte do tempo tentando esconder suas olheiras. E, já virando a esquina, caminhava apressada, o som de seu salto contra a calçada cortava o silêncio da noite.
- Peguei o caminho errado? – Sindy pensa alto a se dar conta de onde estava. Era para ter virado na primeira à direta, mas novamente em sua costumeira distração, estava na segunda rua. Agora iria precisar dar a volta para chegar ao hospital. E simulou um suspiro. Era divertido brincar disso desde que aprendeu. A fazia se sentir mais... Humana. Ora! Vislumbra uma silhueta feminina a alguns passos, parecia vir do cais. Já estava virando costumeiro encontrar mulheres sozinhas naquele local estranho à noite e ela ajeita seus óculos vermelhos seguindo em direção àquela figura.
A figura era Alyena, que observa a Sindy aproximar-se, os saltos clicando no chão de pedra. O movimento de colocar aqueles óculos vermelhos, tão incongruentes, em seu rosto a faz parar por um momento, mas segue em direção à ela.
Um certo pânico toma conta de Sindy, a mulher caminha em sua direção. Outro viajante? Talvez não. Vira o rosto em direção ao seu destino. E, então, para de andar. Observa a escuridão. A rua estava vazia e seu instinto predador querendo sair por alguns segundos, tentado a dominar. Cerra os punhos e fecha os olhos - "Não. Aqui não. Há bolsas de sangue no hospital."- Repetia para si mesma, na tentativa de manter sua besta no lugar.
Alheia ao sofrimento da outra, Alyena queria informação. Não queria sangue, não agora. Logo, encurta o espaço entre elas, alcançando-a.
- Olá, pode me mostrar hotel para ficar? - Era a saída mais prática. E dá um meio sorriso, mostrando seus caninos levemente pronunciados, algo que a maioria achava sensual e o outro resto achava um desvio ortodôntico.
Sindy vira-se em direção à voz feminina, que confirmava suas suspeitas de ser nova na cidade, devido à quantidade de pessoas que chegavam e iam embora todos os dias naquela região.
- Bem, subindo esta rua, você precisa virar na primeira à esquerda e seguir reto. - E Alyena aproxima-se mais da mulher. Aqueles cabelos vermelhos a deixaram maravilhada, quem dera tivesse igual! E seu sorriso aumenta, molhando seus lábios olhando para onde a mulher aponta.
- Só seguir esse caminho, então. Obrigada. - E joga sua mochila nos ombros, virando-se para seu destino.
- Ah, desculpe! É na primeira à direita! – A ruiva sensual dá um tapinha na testa e balança negativamente a cabeça - Desculpe! Sou meio perdida às vezes com esse lance de localização. Basta ir nessa rua, virar a primeira à direita e seguir reto. Você vai chegar no hotel. Boa sorte!
Alyena dá dois passos seguindo o novo caminho indicado e pergunta, olhado para trás, a título de curiosidade.
- Qual seu nome?
- Schmooz. Sindy! E você mais uma viajante, eu sugiro. Qual seria seu nome?
- Alyena, e se quiser uma tatuagem, ou piercing de qualidade, me procure. Estarei no hotel que me indicou. – E dá mais um “flash” do seu sorriso característico, seguindo seu caminho para o hotel.
- Certo, Alyena. Boa sorte em seu caminho! - Sindy pensa que até que seria interessante. Uma tattoo. Combinaria com seu novo estilo "noturno" de vida. Mas não com sua personalidade. E se foi embora para seu destino, orgulhosa por não ter deixado sua besta a levar a fazer o que não gostaria. Pensando bem, até que estava se saindo bem para uma vampira de sua idade, pensou. Doce ilusão de uma vampira considerada nova entre os seus.
CRONICA BY Nailee Catteneo
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