Escrito por: Amora Lavendel em 2020-07-07 00:00:00
Crônica dos Elfos - Wajo Hill
A imagem do Senhor das Profundezas flutuava suavemente sobre o mar de tons ora profundos ora suaves de verde e azul... A carranca que representava um dos Deuses elfos ornava a ponta do navio . O Deus dos mares, do bem, do caos, das profundezas.
Tudo era silêncio naquele final de tarde, enquanto a Elfa Druida ( Tari Lindalë - Rainha das Canções, NPC)observava o horizonte, os cabelos loiros quase brancos oscilando com suavidade ao sabor da brisa. Estavam navegando há muito tempo, e a tripulação e seus passageiros estavam ficando impacientes. Wajo Hill parecia muito distante, e por vezes a Elfa pensava que nem existia, já ficando um pouco desorientada pelo tempo no mar e já querendo se entregar ao transe noturno.
Leia ouvindo: https://www.youtube.com/watch?v=zTv_JiYACIc&list=RDwZAn_pcF3cQ&index=17
Olhava para cima, e não via sinal dos Thoronedil, os Elfos dos Céus que haviam saído em missão de reconhecimento, quando sentiu um baque surdo na proa do barco, que quase a derrubou.
Correu para o porão, onde as feras dos Kelvaroquen , os Cavaleiros de Feras ,descansavam. Isso era forma de falar. Todas estavam impacientes , querendo correr, caçar e se exercitar. Foi passando a mão em cada uma delas, alisando suas fontes e cantando baixinho, acalmando-as. Depois, abriu as portas para eles andarem pelo convés.
Subia as escadas quando lá em cima avistou o semblante sorridente de Basen, seu comandante, um dos poucos elfos aquáticos que havia conhecido em seus mais de 200 anos de vida. Ele era belo, alto , a pele prateada, e os cabelos azulados . Gesticulava com energia, e em suas mãos podia-se perceber as membranas transparentes que ajudavam a nadar. Estava todo molhado, e tinha novidades: - Estamos próximos de nosso destino! Os Elfos aquáticos já chegaram, e começaram a erguer a Cidade dos Recifes , um pouco aquém da bruma de Wajo Hill.
Nesse momento, alguns dos Thoronedil pousaram no convés, suas asas resplandecendo ao sol, informando que os outros já estavam vasculhando as montanhas que cercavam a ilha para construir sua Fortaleza. Teriam de procurar o Prefeito da Cidade , para resolver a situação. Apenas não o informou que vinham a pedido dos poucos elfos que sobraram na ilha, e que viviam escondidos , sem estabelecerem um lugar fixo e não queriam mais viver dessa forma, isolados e inseguros. Entre eles, elfos cinzentos, aquáticos e elfos selvagens.
Alguns Khilasa, elfos andarilhos, estavam encostados na balaustrada do navio, e se agitaram, apontando o horizonte.
Ao longe, via-se a silhueta da cidade. Wajo Hill. E não demorou muito para que penetrassem na bruma suave e dourada que abraçava o mar , como braços hipnóticos.
- Devemos preparar a atracagem senhora? – perguntou Basen, os olhos fixos na cidade percebendo que quanto mais se aproximavam, mais escura a bruma se tornava. A suave luz dourada se infiltrava , formando um conjunto estranho e ao mesmo tempo, muito bonito.
- Ná, disse Druida. "Sim, caro Basen, pode providenciar. Vou ao rádio informar os elfos da base continental, para que informem os elfos da nossa terra natal, os Altos Elfos, os Elfos Cinzentos , os Selvagens." Então ela baixou o tom, não divisando no convés o Drow que passara quase toda a viagem escondido, não sendo visto por quase ninguém: E até mesmo aos Drow. Foi o acordo...Eles serão necessários nesta jornada".
Antes, a Elfa Druida começou a gesticular e a proferir palavras de ordem no antigo idioma, mas com leveza , e todas as feras voltaram ao porão. Dando um tapa no traseiro da ultima que passou, que era a sua, seguiu adiante.
Enquanto caminhava, passou pelo alojamento dos Daoine (Elfos das Brumas) , que a esta hora mantinham-se em profunda meditação, e falou baixinho à porta. Quando ouviu a movimentação, retirou-se e abriu a porta seguinte. O aposento estava vazio. A Elfa sorriu. Elfos da Floresta não perdiam mesmo tempo.
Com o rabo do olho, viu uma sombra movimentando-se com rapidez no corredor, tão rápido que ela mal viu, como sempre. Mas sabia que ele tinha a pele muito escura, os olhos vermelhos e os cabelos brancos e longos, quase sempre vestindo-se de preto, pois uma vez ele esbarrou com ela no porão, quase a derrubando. Ela fungou. Drow sem educação, ela pensou.
Só o Patriarca* sabia como seria quando mais drows chegassem!
Voltou ao convés.
A Cidade era mesmo linda. Seria um bom lugar para cumprirem sua missão. O local da Fortaleza élfica já estava negociado, com as autoridades . E era onde estava uma Malinornë, uma árvore élfica sagrada, dentro da cidade, mas um pouco afastada da movimentação, quase grudada na borda da floresta que cobria as montanhas, e à beira de um rio cristalino, que desembocava no mar. A Fortaleza era banhada pelo sol, que cortava a bruma e banhava as praias e os altos picos das montanhas.. Perfeito.
Para justificar sua estadia nestas terras, os elfos haviam fechado um negócio de exploração turística, o turismo de aventuras que estava tão em moda, assim teriam acesso a todas as áreas e poderiam diversificar suas atividades . O disfarce perfeito para suas buscas.
A elfa respirou fundo, tentando relaxar e sentindo o cheiro da brisa , misturado ao aroma dos jasmins, que só se abriam à noite. Ela sorriu...é claro, uma cidade de sombras.
Logo todos os Elfos dançariam a canção das lâminas...todos seriam necessários.
Bom jogo a todos!
Regra de ouro, respeito!
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