Escrito por: Charo Dunner em 2015-11-11 00:00:00
Crônica Vampiros: Que unhas grandes você tem...
Fotinho: http://prntscr.com/91jy0j
Logo depois que saí da biblioteca, feliz da vida por ter sido contratada, voltei para o hotel e dei de cara com minhas roupas amarfanhadas no banheiro. Eca que nojo. Precisava dar um jeito naquilo e fui para a rua de novo comprar bons produtos de limpeza, era gastar ou aquelas manchas de esgoto me acompanhariam por muito tempo. E vocês sabem como é neh? Não estou podendo me dar ao luxo de sair jogando roupa fora.
Saí do hotel e fui procurar um mercadinho, mas acabei meio que me perdendo - sim, de novo - pela cidade. Sem querer fui parar perto do banco. Já que estava por ali, resolvi dar uma olhada no meu saldo. O cabelo até arrepiou quando vi o pouco dinheiro que tinha na conta corrente. Embora eu ainda estivesse com o dinheiro da “venda” do livro e do meu carro no hotel, ver minha conta tão pobrinha me deixou temporariamente triste. Saquei uns trocados pra poder pagar as coisas que iriam comprar.
Estava lá eu, pensando nas contas, quando reparei numa moça que vinha em minha direção. Dei uns poucos passos receosa, mas decidi arriscar e ir até ela pra perguntar onde ficava o mercado. Nem deu tempo. A moça foi logo dizendo que era recém-chegada na cidade e perguntando se eu conhecia algum hotel. A cumprimentei educadamente, como sempre faço com todo mundo, e respondi que o único hotel que eu conhecia era o que eu estava hospedada. Disse que precisava comprar algumas coisas, mas que poderia leva-la até lá depois se ela quisesse.
Eu não sei o que foi que eu disse de errado, mas a tal pareceu não gostar muito. Soltou um chiado entredentes que quase fez meu cérebro explodir. Não, não foi alto. Foi esse negócio de ouvido sônico que resolveu aparecer sem ser convidado, como eu estava falando, cada dia eu descubro coisas novas sobre esse negócio de ser vampira, o problema é que nem sempre é quando eu quero... só espero que isso não me arrume maiores encrencas.
Mas continuando... logo a frente eu avistei um letreiro de uma mercearia. Caminhei até lá com a loira do meu lado. Ela resolveu puxar assunto perguntando logo da tal fábrica e se eu já tinha provado o tal do sangue engarrafado. Tomei um belo tropeção. - Claro né? Que ser sai por aí perguntando aos outros se eles bebem sangue? Oh cidade... - Respondi que nunca havia provado e que nem sequer me parecia uma coisa normal das pessoas fazerem, mas que tinha ido curiar a tal fábrica e que um segurança tinha me posto para correr.
Já estávamos bem próximas da mercearia, e a outra lá seguia me fazendo perguntas, agora queria saber se eu era repórter. Não sei de onde ela tirou essa idéia, será que é por causa dos óculos? Respondi que era escritora, mas que estava trabalhando na biblioteca.
Cansada de responder perguntas indiscretas, resolvi perguntar o que ela fazia por ali, em Silent Shadows. A resposta não podia ser mais doida. Ela disse que o “mestre” dela a havia mandado prá lá. A única coisa que me passou pela cabeça foi que ela havia lido demais 50 tons de cinza. Com as roupinhas de couro preto ela até parecia alguém que gostava de bancar a submissa.
Dentro da mercearia, eu -nada discreta - perguntei sobre o tal mestre. A resposta da outra me fez cair na gargalhada. Ela disse que não podia dizer e que se dissesse teria que me matar. Já pensou a ironia? Morrer duas vezes numa única semana... O pior, é que parecia que a outra lá falava sério, vocês precisavam ver a cara dela olhando pras unhas, nuss e que unhas. Babei. Nunca na vida eu conseguiria unhas como aquela. Santa manicure. Claro que não perdi a chance de perguntar o fortalecedor de unhas que ela usava. Mas egoísta que só, ela respondeu que não usava nada, que eram assim naturalmente. Aff, duvidooooo!
Bem, andei pelas gôndolas e peguei o que precisava. Tava tudo muito caro ou eu que estava muito pobre. Wherever. Me lembrei de avisar a tal que o hotel não fornecia produtos de higiene e que seria bom ela comprar, óbvio que naquela mochila mirrada que ela trazia, não tinha pantene. Fomos pro caixa e pagamos nossas comprinhas. Não vejo a hora de receber meu primeiro salário e parar de contar moedas.
Saímos e nos dirigimos ao hotel. Pelo caminho me lembrei que não havia me apresentado ainda. Já pensou, eu ando por meia cidade com a mulher e não sei sequer o nome dela? De jeito nenhum. Me apresentei e perguntei qual era o nome dela. Ela disse se chamar Lynae Skadi. Como ficou quieta depois disso, nem puxei mais papo.
Chegamos no hotel e fomos para o balcão da recepção. Ela fez um cadastro express, parecia com pressa de subir, pegou a chave e sumiu. Mal deu tempo de dar tchauzinho. Como eu ainda queria dar uma palavrinha com a recepcionista, fiquei por ali esperando até ela poder me atender.
Segue...
Cronista:
- Charo dunner
Participantes:
- Charo Dunner (Vampiro)
- Layene Yatsenko (Infernal) como Lynae Skadi
Comentários (1)
Amei a narrativa! Muito bom! Parabéns!