Escrito por: Arkano Indigo em 2015-11-12 00:00:00
Crônica Mago: Devaneios
“Todas as pessoas estão presas numa mesma teia inescapável de mutualidades, entrelaçadas num único tecido do destino. O que quer que afete um diretamente, afeta a todos indiretamente. Eu nunca posso ser o que deveria ser até que você seja o que deve ser. E você nunca poderá ser o que deve ser até eu seja o que devo ser.”
Martin Luther King
Trilha Sonora: https://www.youtube.com/watch?v=SqZNMvIEHhs (System Of A Down – Spiders)
Foto: https://gyazo.com/ad488b49619be837779d3e464e448e11
A atendente do hotel em Silent Shadows tinha um aparência incomum, uma beleza quase etérea, olhos verdes, cabelos negros como a noite, boca pequena que parecia atrair a sensualidade para si, como imã e ferro.
Terminei de assinar o livro de hóspedes, com meu nome completo, RG, CPF estas coisas, mas não consegui tirar os olhos por muito tempo da moça, de sua pele pálida como uma pétala de rosa desbotada. Algo brilhou em seu olhar, como uma faísca rubra, e minha mente perdeu o foco. Estava ali parado, como que dormente agora, a mente em devaneios.
Sim, tive visões neste momento... De um corpo na calçada, sem sangue, com olhos opacos. O corpo no estado onírico na qual me encontrava parecia conhecido, de uma intimidade ímpar. Então a visão ficou mais próxima, estava olhando para meu corpo semimorto no chão com olhos sem brilho.
Prontamente minha visão estava no Hall do Hotel de novo e atendente esboçava um sorriso malicioso, perfurante e ácido. Não podia mais olhar par ela e assombrado pela visão, peguei as chaves do quarto em cima do balcão com o número do quarto, e sem despedir da Bru e do Hank, subi as escadas em um frenesi quase louco.
Precisava deitar, entrar no quarto e fechar a porta... O que teria sido aquela visão? Só sabia que agora queria o isolamento, a penumbra... A fome havia ido embora, deixando em seu lugar uma sensação de adrenalina e um gosto metálico na boca.
Então deitei na cama, de braços cruzados atrás da cabeça, olhando o teto. Via agora uma teia de aranha no local com uma mosca presa, tentando voar naquela cola forte, densa; enquanto lentamente a aranha vinha chegando, com calma e segurança.
Ela sabia que não havia chances para a pequena mosca. Era a predadora, em um universo de presas & alimento. Era sua natureza alimentar-se dos mais fracos e indefesos. Era a vontade da natureza ou de um Deus?
Então sono veio como um manto morno, macio. Meus olhos ficaram pesados. Não havia mais o teto, nem aranha, nem mosca. Apenas um torpor incessante e urgente, escuro, da não existência, do vazio & trevas...
Cronista : Arkano Indigo 12/11/2015 (Leon Rasputin)
Participantes:
Hank Mathews (Ankhmaath Darkstone) - Mago
Bru Aislynn (Brux1nha Aabye) - Maga
Leon Rasputin (Arkano Indigo) - Mago
Comentários (1)
Boa crônica meu amigo! testando comentários!