Escrito por: Luana Tairov em 2015-11-12 00:00:00
Crônica Vampiros/Emprego: É APENAS UMA ENTREVISTA NORMAL.
As pessoas passam por mim e me olham. Sem nenhum mistério ou duvidas, tenho certeza absoluta que estão apenas admirando a minha beleza excessiva.
E bom, já que tenho que me acostumar com o meu novo estilo de vida, melhor eu procurar um emprego para disfarçar que sou normal, devo arranjar uma forma de ganhar dinheiro aqui para poder supostamente me sustentar, pelo ar carregado desta cidade e esse povo maltrapilho que anda por aqui, logo se nota que a minha antiga profissão não teria sucesso nesta cidade.
Eu ainda não tinha explorado a cidade o suficiente para saber onde ficavam todas as coisas, todos os lugares, onde era o ponto de encontro dos residentes desta cidade etc. Eu estava apenas rondando o porto a dias, rondava a noite toda, mas antes do primeiro minuto da manhã marcar no meu relógio eu me escondia, e de manhã eu dormia o dia inteiro dentro de um dos contêineres vazios que estavam a espera para ser levados para outros lugares, eu já tinha estudado o dia à dia das docas e sabia exatamente em qual contêiner eu podia ou não dormir.
Pois bem, uma coisa que me deixava feliz, era o fato de eu não transpirar mais como antes, como os humanos normais, acho que eu nunca mais precisarei tomar banho, isso é muita perca de tempo, e essa é uma das partes que eu mais gostei. Entrei em um dos banheiros que tinham por ali nas docas mesmo e me escondi em uma das cabines para que nenhum peão me visse, dei um jeito em minha aparência, retoquei a maquiagem e enquanto eu passava o rímel, ouvi uns rapazes conversando ali, dentro do banheiro mesmo, que estavam contratando pessoas no setor de vistoria. Apressei-me logo finalizando a maquiagem e assim que os homens saíram do banheiro eu sai atrás e fui direto no escritório central me apresentar para alguém que estivesse por lá com o poder de contratar novos funcionários.
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Assim que cheguei na sala, me apresentei a secretaria e disse que estava interessada no cargo de Conferente de Contêineres, ela deu um sorriso leve e doce, ela era tão linda, era alta, corpo normal, nem gorda e nem magra, olhos cor de mel e cabelos cacheados, quase não tinha seios, vestia-se elegantemente com um sapato de salto alto rose, saia e blazer, seu cabelo estava enrolado no alto da cabeça, formando um coque em que algumas mechas teimavam em não participar daquele penteado e caiam, ela guardava os fios rebeldes atrás da orelha. A moça levantou-se e seguiu para uma sala que estava escrito na porta "Diretoria", nessa hora eu vi que o que ela não tinha de comissão de frente, compensava para a sua parte de trás. Eu olhava aquela mulher de uma forma hipnotizante, era mais forte que eu, eu estava praticamente a comendo com olhares e eu simplismente não conseguia tirar os olhos dela quando ela sumiu da minha visão entrando na ultima sala de um longo corredor. Era simplesmente ridículo, eu não era lésbica para olhar aquela moça daquele jeito. Ou era?
Bem, o fato é que ela não voltou, de dentro da sala saiu um senhor, ele era alto, aparentava ter uns cinquenta anos e não se vestia tão bem assim, apenas uma camisa polo azul, uma calça jeans e um tênis preto, cabelo raspado e olhos castanhos, sua aparência era apresentável e normal. Ele veio esticando a mão para me cumprimentar, eu sorri e segurei levemente a mão dele.
Ele brincou comigo: "Nossa, moça, não precisa ficar nervosa, é apenas uma entrevista normal". Certamente ele estava falando aquilo por sentir a minha temperatura fria.
Eu entrei com ele na primeira porta ao lado da mesa da secretaria e ele me fez algumas perguntas idiotas, dessas que sempre fazem quando vamos a uma entrevista de emprego. Por fim, ele me cumprimentou novamente e perguntou se eu tinha whatsapp. Pra falar a verdade achei aquilo bem estranho, que tipo de homem era aquele, pedindo meu numero de whatsapp em uma entrevista de emprego?
Ele me sorrio e perguntou se eu tinha levado o meu currículo, eu disse que infelizmente não, que ouvi sobre o emprego enquanto passava por ali e não tinha tido tempo de fazer um. Neste momento eu realmente me senti uma idiota, nenhuma pessoa na face da Terra vai a uma entrevista de emprego sem um currículo em mãos, e foi ai que eu entendi o porque dele querer o meu numero de whatsapp. De pronto eu lhe ditei meu numero e ele anotou em um papel, o mesmo papel que havia feito algumas anotações durante a entrevista, ele disse que entraria em contato comigo quando obtivesse uma resposta.
Passado exatos três dias ele me enviou uma mensagem no celular, a mensagem dizia "Ola Ana Laura. Bom Dia. Espero que ainda esteja interessada na vaga de emprego, você começa quinta-feira, no horário já acertado". Eu de pronto o respondi um monte de emoticons sorrindo, carinha com os olhinhos de coração e as escritas "Pode deixar que não irei me atrasar e vocês não se arrependeram de me dar essa oportunidade". FOi uma mensagem um pouco exagerada, confesso, mas simplismente saiu.
Nervosa, eu sorrio sozinha pensando em meu novo emprego.
âž½Cronista:
Luana Tairov.
âž½Personagem:
Ana Laura
╰☆╮
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