Escrito por: Amora Lavendel em 2015-11-13 00:00:00
CRÔNICA DE DEATH VALLEY
Trilha sonora: https://www.youtube.com/watch?v=9Rq4b9bACRw
CRÔNICA DE DEATH VALLEY
"O mistério não é um muro onde a inteligência esbarra, mas um oceano onde ela mergulha"
Gustav Thibon
Mil anos após a Guerra da Aurora
Aquela parecia uma terra morta. Por séculos e séculos nada cresceu sobre a sua superfície. Eram quilômetros de planície acinzentada e sem vida, que o vento não acariciava , coberta pelo pesado manto do do silêncio. Uma terra jamais pisada por humanos e nem habitada por quaisquer outros seres. Eventualmente ouvia-se o farfalhar suave das asas de um Elohin.
Porém, no âmago da terra, algo crescia de forma incontrolável. Um nodo de pura energia o protegia, e por isso na superfície, nada crescia. Era o berço do fim e do recomeço, do caos e de uma nova ordem.
Na Umbra, os seres se agitavam, pois uma barreira muito tênue estava prestes a se romper.
Os vermes no inferno aceleravam o seu processo de maturação e os Generais se organizavam, sob as ordens dos Grandes Lordes.
No Eden, Tronos e Serafins sentiam esta nova energia pulsando com certa apreensão, mas sabiam do desfecho inevitável. Mesmo o Primi havia saído de sua reclusão e acompanhava tudo atentamente.
O Caos
Uma batida ribombou por toda a terra, quebrando o silêncio sepulcral. E depois outra , e mais outra, com o ritmo das batidas de um coração, cada vez mais alto.
A terra moveu-se, subindo e descendo, ondulando ao ritmo das batidas ensurdecedoras. Picos montanhosos ergueram-se das entranhas da terra, rasgos profundos formaram leitos , a geografia alterou-se inteira, o mar avançou sobre parte do continente . O sol se escondeu e choveu torrencialmente por dias e noites, a água mais pura que jamais alguma criatura tocou.
Após dias sem fim, um silêncio suave estabeleceu-se. O vento e a brisa passeavam entre os vales. Uma luz morna e dourada banhava tudo.
Um bater de asas fez-se ouvir e do fundo de uma cratera, uma criatura enorme e majestosa voou. Já madura, carregada de magia, uma Dragonesa de Ouro despertou. Legitima filha de IO, adormecida através dos séculos e anterior à Bahamut e Tiamat, estes resultados da morte de IO que foi partido ao meio na Guerra da Aurora. Nas centenas de anos que viriam , ela seria conhecida como “ A Dourada”.
Uma criatura poderosa, que através dos séculos povoou aquele Vale com Dragões, enquanto a terra florescia e atraia humanos por suas belezas e riquezas, e outras criaturas pelos mais diversos motivos.
A Nova Ordem - Século XIV – anos 1300.
O principal motivo era o nodo, um dos maiores e mais poderosos da terra.
Só isso já bastaria para uma horda de infernais se instalar no Vale. As almas que com o tempo se instalaram lá a procura de pedras preciosas e suas jazidas sobre as quais as lendas corriam o mundo eram um bônus.
Vampiros chegaram depois, assim como Magos fugindo da inquisição. O Grande Nodo guiou os Magos Primos, e ele logo perceberam que o nodo acentuava o melhor e o pior dos espíritos. O Vale era um lugar de perdição e redenção. Os Elfos também sabiam disso, e sentiam ser necessário proteger o lugar, e apesar das controvérsias entre eles, muitos também protegiam os humanos dos efeitos do nodo, e de outras criaturas que pudessem machucá-los.
Os Lycans sentiam ali a força de Gaia e a presença da Wyrn, e sabiam que seriam os soldados escolhidos para expurgar o mal da terra.
Os templários tomaram para si a missão de varrer da terra todo ser sobrenatural e que considerassem do mal, numa cruzada mortal. “Invito Daemone”” Desafio o mal, era o seu lema.
Todas as belezas e horrores vicejavam naquela terra , o melhor e o pior. A Guerra e a Paz. O Vale era lindíssimo, mas com cavernas de espaços abissais e assustadores, onde centenas de pessoas desapareciam em busca de riquezas. Campos e pomares de colheita farta, e lugares onde nada nascia. A água cristalina dançava nos leitos ora profundos, ora rasos, descendo exuberante em cachoeiras e corredeiras por todo o Vale.
Construções medievais majestosas , vilas graciosas, bem como ruínas de guerras imemoriais e conflitos que vez por outra assolavam os feudos compunham um cenário de encantos irresistíveis, e não só para os humanos..
Era um lugar feito de mistérios e magia, onde viver valia o risco diário de encontrar a morte, a Grande Ceifadora.
Onde a coragem era forjada e testada diariamente nas situações mais inusitadas.
Todos sabiam da existência dos seres místicos e sobrenaturais naquela terra . Não sabiam quem eles eram, ou que alianças se formaram. Era um lugar onde a palavra existir tinha outro significado.
Não haviam Reis e Rainhas. Havia um Conselho jamais visto em parte alguma do mundo, que se reunia com dois representantes de cada raça, com o objetivo único de coexistirem. Não era simples, não era fácil e nem tranqüilo. Traições, acordos, a paz e a guerra; muitas das guerras aconteciam após estes concílios. Mas o Conselho era mantido devido à força e determinação da Grande Dragonesa Dourada.
Um lugar diferente de todos onde você já pisou.
Aqui, em Death Valley, sua alma irá se perder ou se redimir dos seus pecados?
Por Amora Lavendel – Elfa das Florestas - Cavaleira de Feras, Druida , em novembro de 2015.
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