Escrito por: Ashlle Bing em 2015-11-19 00:00:00

Crônica Vampiros/Emprego: Acompanhando o ritmo da musica.

  TRILHA SONORA: https://www.youtube.com/watch?v=KrVC5dm5fFc
  
  
  Era noite e eu andava pelas ruas da cidade tentando memorizar cada uma delas, toda noite fazia isso, se ali seria meu novo "lar" nada mais justo do que aprender como andar por ali, pelas minhas contas hoje fazem 3 semanas que cheguei aqui, tudo ainda é um pouco confuso, a sede que uma vez ou outra volta e queima minha garganta, o fato de não poder mais andar na rua a luz do dia, e tantas outras coisas que aquela mulher do vestido longo não havia me respondido, ela não me dizia seu nome, simplesmente aparecia me dizia uma coisa ou outra e quando eu achava que podia perguntar alguma coisa ela simplesmente desaparecia.

  Mas apesar disso eu estava conseguindo me virar por ali, conseguia me esconder durante o dia já que a minha primeira e esperava eu única experiência com o sol foi extremamente dolorosa, e a noite seguia fazendo o que fazia todas as noites, andando pela cidade tentando gravar aonde cada lugar ficava, e tentando conhecer as pessoas que ali viviam, elas no geral eram bem serias e de poucas amizades, apenas alguns eram mais cordiais e de certa forma mais educadas, e estranhamente algumas pessoas eu não ouvia o coração batendo com a mulher do vestido me disse que eu ouviria, o que me faz suspeitar que a mais pessoas como eu aqui.
Passo mais uma vez na frente do hotel, tentando memorizar qual rua devo virar, quando escuto uma musica alta, não havia escutado isso em nenhuma das outras noites, e vou na direção da musica para saber o que é, me aproximando vejo então que é uma boate e pela fila na porta parece ser a noite de abertura, ver aquele local me trazia muitas lembranças, por diversas vezes trabalhei em boates como bargirl e garçonete, para conseguir juntar um dinheiro extra para a faculdade, e pensando bem se tinha algum lugar que eu poderia arrumar um trabalho, já que afinal precisava de dinheiro se quisesse sobreviver mais tempo ali, alem de continuar a me familiarizar mais com a cidade e os moradores, ali seria o local. 

  Não tinha dinheiro para conseguir entrar na boate, mas então vejo que nos fundos algumas pessoas entram com bebidas e comida, aproveito um momento de distração de algumas das pessoas que carregavam as mercadorias, pego uma das caixas e entro fingindo fazer parte da equipe, coloco a caixa junto as outras e entro então na boate, pela cozinha, não era a forma ideal de entrar ali, mas era a que eu tinha conseguido naquele momento, então teria que servir.

  A casa está cheia, vejo o dj que toca musicas variadas, algumas pessoas estão na pista de dança, outras nas mesas conversando, mais a grande maioria estava no bar, aonde um rapaz bem desastrado tenta dar conta de todos os pedidos, me aproxima do bar e fico observando, cada uma das pessoas vai pedindo uma bebida e um drink diferente, e o rapaz cada vez mais ficava atrapalhado e confuso, chegando ate mesmo a derrubar uma garrafa de bebida no chão e quebrando.

  Me aproximo mais encostando no bar, e continuo a observar ele, vou escutando cada bebida e drink que ia sendo pedido e mentalmente vou preparando eles passo a passo, eu sabia como fazer tudo aquilo, e tenho certeza que posso ser muito melhor que aquele pobre rapaz, sem pensar duas vezes sento sobre o bar e o pulo passando para o outro lado, pego alguns copos e um coqueteleira, e começo a preparar cada um dos drinks pedidos, vou acompanhava o ritmo da musica e a cada drink , fazia mais outro em seguida, naquele ambiente acredito que devido a musica, ao álcool ou a junção de tudo aquilo, as pessoas eram mais cordiais, conseguindo ate mesmo sorrisos, flertes e gorjeta de alguns dos clientes.

  Se passa algumas horas e o bar finalmente fica menos cheio, tendo só algumas pessoas já com suas bebidas em mão, quando então o rapaz muito irritado vem em minha direção, gesticulando e mandando que eu saísse de lá imediatamente ou ele chamaria o segurança, não entendo tamanha irritação eu tinha apenas o ajudado, mas como não queria arrumar confusão caminho na direção para fora do bar, quando em minha frente para um homem muito alto, de roupa visivelmente de marca e com o rosto serio, ele era muito mais alto que eu o que fez que eu tivesse que virar meu rosto quase todo para cima para que pudesse olhá-lo  

- "Muito impressionante o que você fez ali menina"  O homem dizia com a voz forte e alta para que pudesse ser ouvido em meio aquela musica

- " Obrigada " Respondo alto, tentando não grita

- " Estaria interessada em trabalhar aqui conosco? Estamos realmente precisando de alguém que saiba como trabalhar rápido quando a casa estiver cheia". Ele fala e olha para o rapaz que na mesma hora abaixa o rosto envergonhado.

Na mesma hora coloco um sorriso no rosto, não era minha culpa que o pobre rapaz não conseguia dar conta do trabalho, e essa era a oportunidade perfeita que eu estava precisando, sou um passo para trás para que possa olhar melhor para o homem.

- " Eu adoraria!Tenho certeza que possa da conta da casa cheia" falo com o rosto confiante ainda tentando falar alto mas sem gritar

O homem apenas sorri de volta para mim e caminha em direção a saída enquanto fala " - Comece amanhã então !". 

Ele ja estava nas escadas quase saindo, quando então volta para próxima ao rapaz olhando nos olhos dele 
- "Quanto a você, no olho da rua agora! e nunca mais pense que pode mentir para mim, quando disser que pode dar conta de uma coisa é melhor que dê mesmo, ou pode se arrepender disso."  fala isso serio, e caminha de novo para a saída, dessa vez indo embora.

Eu não sabia se aquilo tinha sido uma ameaça ou apenas um aviso, para o pobre rapaz, mas pelo rosto dele, vejo que não ficou nada feliz e que se pudesse me daria um soco, mas eu não estava me importava, eu tinha conseguido aquilo que eu queria, e era apenas o começo...

Cronica por:  Ashlle Bing - como Maju